27 de junho de 2016

Urbanização brasileira e gestão de templos evangélicos em Lavras MG

       
Igreja Assembleia de Deus em Lavras - foto jornaldelavras

Lavras - Sul de MG 100.000 habitantes


         A urbanização brasileira em duas gerações teve um acréscimo acelerado. Em 1940 cerca de 70% da população vivia no campo; no ano de 2010, 80% da população já morava nas cidades. Este acelerado movimento migratório do campo para as cidades gerou diversos problemas: Falta de infraestrutura, precariedade no transporte, encarecimento do custo de vida, favelização, grandes deslocamento entre casa, trabalho e escola. Estes problemas estão presentes em todas as regiões do Brasil. Junto com esta urbanização o número de igrejas evangélicas aumentou, para isto, foi usado diversos modelos de abertura de templos, qual gestão tem tido êxito paralelamente à esta urbanização brasileira?


                                                             foto IBGE
          As igrejas evangélicas localizadas em cidades com cerca de 100.000 habitantes são favorecidas ou encontram barreiras no meio desta urbanização precária. Em algumas regiões a facilidade com que é possível adquirir imóveis em bairros mais afastados permite o estabelecimento rápido destas igrejas. Após a aquisição de um prédio outros fatores relacionados com a urbanização destas cidades passam a interferir no desenvolvimento destas igrejas.
          O público cristão destas cidades com cerca de 100.000 habitantes é diverso: são crianças com mães, idosos, jovens, adultos, trabalhadores, estudantes, pessoas que se deslocam a pé, de carro ou ônibus. A maior parcela desta população tem dias de trabalhos insalubres e mal remunerados. Manter este público em um único templo nesta cidade de médio porte é uma tarefa árdua. O dia-a-dia das famílias, preço alto de carros e combustível, passagens de ônibus caras, custo de vida alto, urbanização sem planejamento, tudo isto é um obstáculo contra o deslocamento de uma família até uma igreja. Devido a isto, as pessoas procuram frequentar igrejas próximo de suas casas. Insistir para estas pessoas frequentarem os cultos tendo que se deslocar vários quilômetros não retira do caminho delas os obstáculos urbanos e econômicos. Por mais eloquente e carismático que sejam os pregadores um único templo no meio desta urbanização brasileira em uma cidade com 100.000 habitante causa perdas constantes de membros nestas igrejas.
          A assembleia de Deus se destaca por ter dezenas de congregações, templos na região central e uma igreja para milhares de pessoas localizada em uma via de fluxo rápido da cidade. Este modelo de gestão em uma cidade de médio porte demonstra uma capacidade maior em atrair membros e mantê-los além de gerar receitas maiores que podem ser investidas em missões e aquisição de infraestrutura.
          A outra estratégia é utilizar apenas um templo nesta cidade. Este modelo tem vivenciado dificuldades em manter membros, consequentemente, são igrejas sem prédio próprio, possuem infraestrutura menor e em algumas momentos correm riscos de terem as atividades interrompidas por causa de divisões ou falta de recursos para manutenção sacerdotal e ministerial.
          Para solucionar estes problemas é necessário considerar que há textos bíblicos tanto no velho testamento quanto no novo testamento que demonstram a necessidade de considerar o meio para adequar a gestão das igrejas. Alguns textos bíblicos que demonstram pessoas se deslocando em longas caminhadas ou viagens para ouvir a pregação não corresponde a uma norma bíblica, ao contrário, Jesus se deslocava por vários povoados e os apóstolos implantavam pequenas congregações em diversas localidades e nas casas.
          Desta forma, aceitar que a urbanização brasileira é um obstáculo e se adequar de forma que as pessoas tenham templos próximos de suas casas é um caminho a seguir. A história das igrejas com congregações em diversos pontos destas cidades de médio porte demonstra um crescimento mais rápido, maior arrecadação financeira, mais investimento em missões e aquisição de propriedades. Além disso, oferecem maior conforto para o público diversificado e frágil citado acima pois estas famílias têm próximo de suas casas um templo do ministério que escolheram frequentar.








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